Não é preciso dizer que a pandemia do Covid-19 chegou ao mundo trazendo grandes estragos; não só para a saúde pública, mas também para a economia. Logo de início, vários questionamentos surgiram, como por exemplo, o consumo de produtos de moda. Muitos negócios foram afetados e as pessoas começaram a repensar o que verdadeiramente importa. Será que neste período é realmente necessário e importante consumir artigos de moda?
1. A Onda da Incerteza
A primeira onda de consumo surgiu junto com o início da pandemia. Este período trouxe muitas incertezas. Ninguém sabia ao certo o que aconteceria com o mundo e mais precisamente, o que aconteceria com seus empregos e conta bancárias. O consumo de moda despencou. Ninguém queria saber se saiu coleção nova ou não, todo mundo se preocupava em comprar álcool em gel e papel higiênico. O cenário era de desespero para as pessoas e para os negócios. Ou seja, o consumo de produtos de moda ficou em último lugar e as marcas que incentivassem por meio de qualquer tipo de publicidade a compra de seus produtos era criticada por sua postura.
2. A Onda da Transparência
À medida que o tempo foi passando, as marcas de moda começaram a fazer promoções como uma estratégia para fazer com que as pessoas voltassem a consumir. O micro e o pequeno empreendedor passaram a ser mais valorizados. As pessoas, caso fossem consumir, preferiam comprar algo de alguma marca menor para ajudá-los em um momento de crise. Ao mesmo tempo, as empresas de moda no geral passaram a ser muito mais vigiadas e contestadas. Se antes a incerteza que tínhamos era uma questão objetiva como os números em nossas contas bancárias; a partir de agora, tudo passava a ser mais subjetivo, pois tudo estava voltado para a comunicação.
Mesmo com promoções, as pessoas queriam consumir de marcas mais transparentes e verdadeiras. Ter preço baixo não era suficiente para fechar um negócio. E as costureiras? E o meio ambiente? E os vendedores? E os salários? Essas perguntas começaram a surgir, principalmente, pela presença questionadora da Geração Z nas redes sociais. Nesta onda de consumo, o preço começa a perder a sua importância se comparado aos outros aspectos da venda. Aqui, o que vale é a transparência.
3. A Onda do Consumo Excessivo
Depois de um severo investimento em marketing digital e branding, as marcas começam a entender como se comunicar durante a pandemia. Entretanto, as pessoas se encontravam ansiosas e desesperançosas, pois ainda não sabiam qual seria o desenrolar da situação mundial. O número de mortos só crescia e as pessoas começaram a perceber que não poderiam sair de suas casas tão cedo. Neste momento, começaram a buscar objetos de prazer e felicidade, já que não poderiam se encontrar pessoalmente com seus amigos e familiares. É neste momento que as vendas de produtos de moda começam a subir vertiginosamente. As compras por compulsão começam a fazer parte do dia-a-dia das classes mais altas e o serviço de e-commerce passa a se concretizar.
4. A Onda da Pantufa
O home office bombou e de repente muita gente se viu adaptado ao novo estilo de trabalho. As gravatas e saltos altos deixaram de fazer parte de muitas horas do dia dos trabalhadores e deram lugar aos moletons e pantufas. As pessoas já começaram a entender e até mesmo aceitar que o ano de 2020 será todo no digital. O consumo permanece excessivo, porém agora é direcionado a artigos de homewear, como moletons e pantufas. As marcas que anteriormente não haviam investido neste nicho, agora se vêem obrigadas a apresentar a seus consumidores nem que seja um modelo de pantufa.
5. A Onda...?
Neste ano caótico que estamos vivendo, o que podemos assimilar até aqui é que o consumo de produtos de moda passou de ínfimo a excessivo, de desnecessário à fonte de esperança e que as marcas agora têm uma obrigação moral de fornecer informações com transparência, pois os consumidores estão cada vez mais exigentes. Mas afinal, o que vem a seguir? A meu ver, ainda não é possível prever quais serão as cenas dos próximos capítulos, mas devemos manter nossos olhos atentos e nossos bolsos preparados para a quinta onda que ainda está por vir. O que vocês acham que vai acontecer?
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