Não é preciso dizer que estamos vivendo momentos difíceis. O coronavírus está cada vez mais disseminado em nosso mundo e já chegamos ao estágio de pandemia. A meu ver, tudo que estamos passando agora é reflexo de nossas escolhas como predadores de nosso próprio planeta.
A pressa e a ganância que temos têm destruído o nosso lar. Estamos sempre correndo, trabalhando para ganhar mais, para comprar mais e dividir muito pouco ou nada. Nosso desrespeito com os recursos naturais e o meio ambiente é tão grande que agora estamos sofrendo as consequências de tudo isso.
Até quando vamos continuar comprando compulsivamente? Até quando vamos continuar desrespeitando o limite da terra? Até quando? É óbvio que nunca desejei que essa pandemia chegasse a nós, mas há males que vêm para o bem. Esse período de isolamento social e quarentena tem me feito refletir muito sobre o que verdadeiramente importa.
As pessoas agora evitam desperdiçar um grão de arroz sequer. Ninguém sabe se teremos comida para amanhã. As compras estão se limitando somente ao essencial. Os momentos em família estão sendo valorizados como nunca antes foram. O planeta Terra está nos convidando a refletir sobre nossas atitudes e as consequências delas. Desacelerar nossas vidas foi o bastante para o céu começar a se tornar mais azul, para os níveis de poluição baixarem e até mesmo a peixes começarem a nadar nos canais de Veneza. Mas o que isso tudo tem a ver com moda? Tudo!
A indústria da moda, apesar de girar muito dinheiro, também polui em demasia. Seria hipocrisia minha dizer que devemos comprar só aquilo que é realmente necessário, pois afinal, moda não se trata exclusivamente de necessidade, mas também desejo. Compramos sem necessidade, apenas para suprir desejos efêmeros de pertencimento. Não estou dizendo para pararmos de consumir, mas sim, para fazermos escolhas mais conscientes e de acordo com os limites dos recursos que temos.
A Terra está nos dando uma chance de recomeçar, de fazer diferente e de caminhar com mais cuidado. Quando essa confusão toda passar, que nós voltemos às ruas com uma cabeça diferente. Que voltemos mais conscientes de nosso papel na sociedade e que respeitemos o que temos de mais valioso: nosso planeta.
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